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GVT projeta para 2014 sua entrada no segmento de telefonia móvel.
Amos Genish, presidente da GVT. Foto: divulgação
Conforme
declarou
ao Valor Econômico o presidente da operadora, Amos Genish, o plano é
atuar como uma MVNO, operadora móvel de rede virtual que aluga a infra
de outra prestadora para oferecer seus serviços, ao invés de estabelecer
uma estrutura própria.
Isso facilitaria à GVT oferecer os serviços de celular à sua já
construída base de clientes de telefonia fixa, banda larga e TV por
assinatura.
Os planos de telefonia móvel ampliam o esforço da GVT para expansão da oferta.
Há pouco, a companhia inaugurou em São Paulo seus serviços, antes restritos ao meio corporativo, para todos os mercados.
A tele está em processo de negociação de seus ativos. A francesa
Vivendi, sua controladora, sinalizou com a possibilidade de venda da
companhia há cerca de dois meses, para diminuir suas dívidas, que somam €
16,9 bilhões no primeiro semestre do ano.
Em anúncio do dia 11 de novembro, a Vivendi destacou que planeja
arrecadar no mínimo € 7 bilhões (R$ 8,9 bilhões) com a venda da GVT.
Genish não
comenta
o assunto, nem as supostas propostas que fundos como o americano Apax
Partners e o brasileiro Gávea Investimentos já teriam entregue à
Vivendi. O banco BTG Pactual e a DirecTV, controladora da Sky Brasil,
também já teriam feito suas propostas à controladora francesa.
Conforme o presidente, a GVT vai encerrar o ano com dívida líquida de
R$ 2,2 bilhões, dos quais R$ 986 milhões se referem a financiamentos do
BNDES para investimentos a serem realizados de 2011 a 2013.
Os demais R$ 1,21 bilhão são da dívida com a controladora Vivendi.
Para 2012, a meta de receita líquida da GVT é de R$ 4,3 bilhões, alta de 26% sobre 2011.
O lucro Ebtida previsto é de R$ 1,8 bilhão, expansão anual de 30%.
BRIGA NO CORPORATIVO
Na GVT, 20% da receita vêm do segmento empresarial, segundo Genish, mas
a companhia tem investido para ampliar esta fatia, com investimentos
como a abertura recente de três data centers e a entrada maior em São
Paulo.
O que indica mais um rival na briga pelo mercado corporativo de telecomunicações.
No geral, o setor registrou gastos de R$ 16 bilhões em 2011, o que deve
chegar a R$ 16,7 bilhões em 2012, atraindo para o ringue competidores
como Oi e Telefônica, que vêm duelando com armas cada vez mais potentes.
De sua parte, a Oi se reestruturou, com simplificação de portfólio,
início em aplicativos de mobilidade, aumento de call center e serviços
gerenciados e de contingenciamento.
Com isso, de janeiro a setembro, quintuplicou sua receita com serviços empresariais em relação a 2011,
segundo o Valor.
Na Telefônica/Vivo, o segmento representa mais de 30% das receitas
totais, sendo que nos nove meses de 2012 a receita líquida da empresa
ficou em R$ 25,12 bilhões.
Para a operadora, o foco são pequenas e médias empresas, com oferta de telefonia fixa e móvel.
Agora, o portfólio ganha incrementos como serviços de infraestrutura em
nuvem, com parceria da Cisco, resultando na Virtual Computing
Environment (VCE) - Vivo Cloud Plus.
Além disso, ainda
conforme
o Valor, a operadora registrou, no último trimestre, adições líquidas
de 60 mil clientes no Push-To-Talk (PTT), radiochamada via celular com a
tecnologia GSM, concorrente do serviço da Nextel, que usa a tecnologia
iDEN, da Motorola. A grande concentração do serviço é para empresas,
segundo a Vivo, que registrou uma base de 236 mil linhas com o PTT.
Na briga, a Oi afirma atender a 15 mil empresas, tendo fechado 300
contratos em 2012. A Telefônica/Vivo, por sua vez, garante ter market
share de 33% no mercado corporativo brasileiro.