sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Nichos levam à criação de novas operadoras móveis

Sem ambição de concorrer com grandes players, companhias lançam serviços destinados a públicos específicos Brasil Econômico O avanço da telefonia móvel em direção à maturidade, com mais de 136 celulares para cada cem brasileiros ao fim de 2013, está longe de desestimular a entrada de novos players no mercado. Especialmente empresas focadas em nichos, que prestam serviços a partir de acordos para uso da infraestrutura de companhias de telecomunicações de maior porte. AE/ITACI BATISTA Novas operadoras apostam no mercado de nichos para crescer Desde 1993 no mercado, a brasileira Datora Telecom passou em 2011 a oferecer seus serviços como operadora móvel virtual (sem licença do espectro ou infraestrutura própria de rede), focada exclusivamente em conexões M2M (de máquina para máquina). Sem os pacotes de voz oferecidos pelas grandes operadoras, a Datora soma 500 mil dispositivos conectados a sua rede. “A internet das coisas terá um crescimento acima de dois dígitos nos próximos anos”, aposta Daniel Fuchs, diretor de Inovação da Datora, referindo-se ao número crescente de objetos interligados à web. Embora não arrisque um percentual de expansão para sua base de dispositivos conectados, Fuchs também enxerga oportunidades para a Datora como agregadora de operadoras móveis virtuais. Como integradora, a companhia pode fornecer desde a plataforma tecnológica até a sua expertise na área para as MVNOs (sigla em inglês para operadoras móveis virtuais).“Quando uma corporação lança uma MVNO, todo mundo acha que é para ganhar dinheiro com telecom. Na verdade, a pergunta correta é: em quanto essa companhia vai reduzir o seu custo de comunicação com o cliente?”, diz o executivo. O relacionamento com o cliente e a possibilidade de fidelizá-lo foram dois dos fatores por trás da criação da Porto Seguro Conecta, operadora móvel virtual lançada em 2012 e que hoje conta com 165 mil clientes. Desse total, apenas 5% são usuários de serviços de voz. Os 95% restantes são clientes internos da Porto Seguro: linhas usadas para rastreamento de veículos segurados pela companhia. Com 4,5 milhões de clientes de seguro automobilístico, a empresa planeja atingir em cinco anos uma base de um milhão de usuários na sua MVNO — de 400 mil a 500 mil seriam assinantes de planos de voz. “Vamos pisar no acelerador no primeiro semestre deste ano, com a entrada da Porto Seguro Conecta na capital paulista”, adianta Tiago Galli, gerente-geral da Porto Seguro Conecta. “A expansão para o Vale do Paraíba, com código local 12, está prevista para o primeiro trimestre de 2015.” A Porto Seguro Conecta utiliza as antenas de telefonia móvel da TIM, mas optou por não terceirizar o atendimento nem a parte central da sua infraestrutura de rede. “O atendimento e o relacionamento com o cliente são os nossos principais ativos”, explica Galli. Ao criar sua própria operadora, a Porto Seguro conseguiu também reduzir os custos do serviço de rastreamento automotivo. Segundo o gerente-geral, a operadora móvel virtual estuda a possibilidade de prestar esse tipo de serviço para outras companhias.

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