segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Operadoras celulares abrem canal USSD para bancos no Brasil

              

Fernando Paiva

Um novo canal para transações bancárias no celular está nascendo no Brasil. Através de uma ligação para um número que começa por um asterisco, o correntista acessa um menu do seu banco em uma interface de texto, na forma de um menu que abre em sua tela. Trata-se do protocolo USSD (Unstructured Supplementary Service Data), presente em todas as redes GSM e compatível com qualquer telefone móvel, mesmo aqueles mais simples. Até então, esse canal era utilizado principalmente para serviços internos das próprias operadoras celulares, como a recarga de créditos. Agora, o USSD é aberto a terceiros, a começar pelos bancos, criando uma nova fonte de receita para as operadoras. Claro e Vivo já elaboraram APIs para o desenvolvimento de soluções que acessem suas redes USSD. Na Vivo, o acesso à plataforma USSD já é um produto disponível no mercado. Na Claro, a solução está em testes. Entre os bancos, o Citibank foi o primeiro a botar no ar o novo canal. Bradesco e Santander estão negociando, assim como o Carrefour (neste caso, para os portadores do seu cartão de crédito).
Para o consumidor, o acesso ao seu banco via USSD será gratuito. A cada sessão aberta será possível realizar operações como consulta de saldo, extrato e geração de pincode. A interface é atraente especialmente para quem tem um feature phone. Correntistas com smartphones vão continuar preferindo os aplicativos móveis, prevê uma fonte que acompanha o desenvolvimento desse novo mercado.
Para os bancos, vale a pena fomentar esse canal porque ele é mais barato que o atendimento via URA ou call center. As teles cobrarão dos bancos por sessão, cujo preço deve equivaler a aproximadamente quatro SMS corporativos. A venda será feita no atacado, com grandes volumes de sessões para cada banco usar ao longo de um determinado período de tempo.
Tal como no SMS, haverá a figura do broker homologado. Este fará o meio de campo entre os bancos e as teles, seja desenvolvendo a aplicação bancária com a API da operadora, seja comprando e revendendo sessões de USSD. A tendência é que cada operadora escolha alguns players para atuarem como brokers homologados.
A expectativa é de as operadoras brasileiras se coordenem para criarem números nacionais de USSD, que possam ser usados por terceiros, tal como acontece hoje com os chamados "large accounts" (LAs) de SMS. No caso dos bancos, o natural é que cada um utilize o mesmo número que o identifica no sistema financeiro nacional. Foi o que fez o Citibank: seu canal de USSD é acessado via *745.
Análise
A novidade chega em um momento bastante propício do mercado brasileiro, em que há uma efervescência de novidades mesclando mobilidade e serviços financeiros, tais como: alianças entre teles e bancos para lançar serviços de m-payment com cartões de débito pré-pagos; publicação da regulamentação de pagamentos móveis pelo Banco Central; adaptação das redes de adquirência para aceitação de pagamento por NFC; distribuição de cartões bancários com chip NFC; surgimento de soluções de mPOS, que transformam o smartphone em uma máquina de POS etc. Aliás, vale lembrar que algumas das soluções de cartão de débito pré-pago no celular lançadas no Brasil usam justamente o canal USSD para as transações. É o caso do Zuum (parceira entre Vivo e Mastercard) e do "Meu Dinheiro Claro" (parceria entre Claro e Bradesco).

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Com Datora, Vodafone Brasil quer oferecer voz e dados em 2014


quinta-feira, 21 de novembro de 2013, 18h05



Conforme antecipado por este noticiário no final de setembro, a operadora móvel virtual (MVNO) Datora Mobile passa a se chamar Vodafone Brasil. A mudança foi oficializada a partir desta quinta-feira, 21, e determina o início das negociações com multinacionais que atuam no mercado brasileiro, mas têm parcerias com a Vodafone no mercado internacional. Mas não se trata apenas de marca: a ideia é oferecer, além da comunicação máquina-a-máquina (M2M), serviços de voz e dados móveis para o mercado corporativo.

"A ideia é que a empresa cubra não apenas M2M, mas também voz e dados básicos, além de outros tipos de soluções de conectividade e acordos de nível de serviço (SLA)", declara o diretor da área de parcerias da companhia britânica Ravinder Takkar, que está no Brasil para o anúncio oficial da operação e para se reunir com potenciais clientes. De acordo com o conselheiro de administração da Datora Telecom, Wilson Otero, a expectativa da empresa é de lançar esses serviços de telefonia móvel até o segundo trimestre de 2014. "Já desenvolvemos (a solução) de mãos dadas com o time da Vodafone", revela.

A MVNO tem contrato com a TIM, atuando na mesma área de cobertura da operadora no País. Os planos de voz e dados oferecidos, pelo menos em um primeiro momento, serão somente com a tecnologia 3G, segundo Otero. A tele também fornece a infraestrutura que é utilizada para oferecer a comunicação M2M.

Prospecção

Ravinder Takkar preferiu não se comprometer ao falar sobre planos de médio e longo prazo da Vodafone no mercado nacional, limitando-se a comentar a parceria com a Datora Mobile. "O Brasil era um dos países onde não tínhamos essa capacidade para dar suporte transparente", diz, ressaltando vantagens de poder contar com plataformas e suporte oferecidos pela matriz. "A ideia por trás disso é poder servir consumidores multinacionais pelo mundo que têm presença no Brasil, assim como multinacionais que estão no Brasil e têm interesse."

A Vodafone conta com 1.500 clientes globais, vários deles com atuação brasileira. "Para nós, é uma maneira de estarmos prontos para novos desafios, não apenas para suportar a base global, mas também oferecer em breve aos brasileiros multinacionais os serviços da Vodafone em outros países", diz Wilson Otero. Mas ele diz que não há urgência nas negociações de novos contratos: "Não estamos na pressa de mover todos os usuários para nossa base imediatamente, vamos fazer o passo a passo, é importante fazer as coisas certas da maneira certa". Segundo os executivos, as negociações não foram particularmente complicadas no País, apesar de ter havido intervalo de três meses entre o anúncio e a efetivação da marca em substituição à antiga Datora Mobile.

M2M

Tampouco as barreiras burocráticas do mercado nacional foram empecilhos para a chegada da Vodafone, garantem os executivos. Mas se trata de um problema real – o Fistel cobrado para as comunicações M2M ainda é uma das reclamações das operadoras e justificativa para o avanço tímido do mercado brasileiro. De setembro a outubro, o País cresceu 1,7% (ou cerca de 140 mil novas linhas) no mercado máquina-a-máquina. Das adições, 93% foram somente da Vivo, a segunda colocada (com 26,9%). A líder de participação é a Claro, com 43,9% de share. No total, são 8,173 milhões de acessos M2M.

"Impostos são para todos", ameniza Otero. "Tem que trabalhar com as agências e o ministro (das Comunicações, Paulo Bernardo), eu dedico 30% do meu tempo para lidar com isso. Acreditamos que em um futuro breve, vamos achar uma solução melhor", declara

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Anatel aprova ingresso do BNDES no capital da Datora



:: Luís Osvaldo Grossmann
:: Convergência Digital :: 21/11/2013
A Anatel deu a anuência prévia à Datora para o ingresso do BNDES, via BNDESPar,  no capital da empresa. Primeira operadora ‘virtual’ do país, a empresa tem parcerias com a TIM e a Porto Seguro e um acordo para o uso da marca Vodafone em operações M2M. 
Com destaque ao caráter temporário da participação, o Conselho Diretor da agência, que se reuniu nesta quinta-feira, 21/11, inseriu considerações sobre as restrições para que o BNDES participe de reuniões da administração da Datora, tendo em vista que o banco também integra o controle acionário de outras empresas do setor.
Essa “participação transitória”, deve durar cerca de três anos e, segundo os interessados, garante “aporte de recursos para ampliação e consolidação dos serviços ofertados, bem como cria “condições favoráveis para lançamento de uma oferta pública inicial de ações”. O BNDESPar vai injetar R$ 39 milhões e dessa maneira ficará com 19,9% do capital da operadora. 

Redução nas tarifas de interconexão impacta receita das teles móveis



:: Convergência Digital
:: Convergência Digital :: 21/11/2013
As vendas de smartphones impulsionaram o crescimento do mercado de telefonia móvel na América Latina em 2012, embora a penetração de serviços de banda larga móvel continue baixa na região devido a preços altos e baixa qualidade do sinal, revela o  Latin American Mobile Services Markets Outlook II, 2012, da Frost & Sullivan. A pesquisa aponta ainda que o mercado de telefonia móvel da região gerou US$ 81,03 bilhão em 2012, e deve crescer para US$ 110,30 bilhões em 2018, a uma taxa média de 5,3%. O estudo cobre seis países: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Venezuela.

Apesar de registrarem taxas de penetração de celular acima dos 100%, os serviços móveis ainda têm potencial na América Latina, devido à crescente demanda por serviços machine-to-machine (M2M) e de banda larga. Inclusive, a expectativa é de que as tecnologias móveis se tornem uma alternativa aos serviços de banda larga fixa em muitas regiões mais remotas do continente. “As operadoras também estão cada vez mais focadas na convergência entre serviços fixos e serviços móveis, com diversos grupos promovendo fusões entre as duas unidades de negócios para poderem oferecer serviços multi-play”, acrescentou a analista de TICs da Frost & Sullivan, Georgia Jordan.

O mercado de serviços de voz móvel, no entanto, está ficando saturado em alguns países, o que limita as oportunidades de expansão. Cortes de reguladores nas tarifas de interconexão também afetaram os resultados das operadoras móveis, uma vez que o uso de rede representa mais de 25%  das receitas totais das companhias, forçando-as a buscarem novas fontes de receita. Além disso, o uso de dados na região, embora também represente mais de 25% das receitas das operadoras, está concentrado principalmente em serviços de SMS de baixo valor, e não em banda larga móvel, o que reduz a receita média por usuário dos serviços de dados.

A demora de reguladores em liberar espectro e restrições regulatórias sobre ofertas convergentes também seguram o mercado em alguns países da região, enquanto que iniciativas regulatórias como portabilidade numérica e a regulamentação de operadoras móveis virtuais (MVNOs) não tiveram os efeitos esperados no cenário competitivo da América Latina, que é altamente concentrado, o que resulta em serviços de baixa qualidade e altos preços. 

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