quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Oi e Vivo querem small cells, mas há desafios a serem superados


Teletime, quarta-feira, 10 de outubro de 2012, 11h25 

As operadoras móveis brasileiras querem adotar microcélulas (small cells) em sua arquitetura de rede, mas reconhecem que há desafios a serem superados, tanto de ordem técnica quanto regulatória. Fornecedores de rede, por sua vez, se dividem entre os que apostam ou não em femtocells, enquanto todos propõem mais inteligência para um uso eficiente do espectro. O tema fez parte de um debate na Futurecom, nesta quarta-feira, 10.
"Vamos começar a cobertura de 4G com macrocélulas. Depois, em uma fase futura, quando houver necessidade de capacidade, entraremos com small cells", disse Mauro Fukuda, diretor de tecnologia da Oi. O executivo, contudo, reclama das taxas cobradas pela Anatel por estação radiobase (ERB), a TFI (taxa de fiscalização de instalação) e a TFF (taxa de fiscalização de funcionamento), que são as mesmas, independentemente do tamanho e da potência da antena. "Se a potência é menor e a cobertura também, porque preciso pagar por uma microcélula a mesma taxa de uma macrocélula?", questionou Fukuda.
A Vivo realizou testes com femtocells e está disposta a adotar esse tipo de equipamento para aprimorar a cobertura dentro das casas dos assinantes tão logo a Anatel publique uma regulamentação sobre o tema."Testamos femtocells com clientes reais. É uma ferramenta poderosa para qualidade. Uma vez posta uma femtocell na casa de um assinante, muda-se completamente a experiência dele (com telefonia móvel)", disse Átila Branco, diretor de qualidade de rede da Vivo. O executivo falou também sobre os desafios técnicos: "É preciso preparar as macrocélulas para visualizar essas femtocells, para que haja handover."
Fornecedores
Entre os fornecedores de rede, há divergências quanto ao uso de femtocells e microcélulas em geral. A Ericsson, por exemplo, optou por não trabalhar com femtocells e focar mais na otimização das redes atuais. Mesmo para o uso de microcélulas, a fabricante é cautelosa. Para Clayton Cruz, diretor de banda larga móvel da Ericsson, as operadoras deveriam focar mais em qualidade do que em quantidade de antenas. Ele lembrou que não basta vender uma ERB de pequeno porte e esquecer que ela precisa também de uma solução de backhaul, de redundância etc. Uma de suas soluções para isso consiste em uma antena com rádio integrado.
A Alcatel-Lucent, por sua vez, aposta em femtocells. "Nove das dez maiores operadoras do mundo estão comprometidas com femtocells. E 15 teles na América Latina estão se preparando para lançá-las", argumentou Esteban Diazgranados, diretor de soluções sem fio da Alcatel-Lucent para Caribe e América Latina.
O executivo sugeriu também que as teles adotem soluções de rádio cognitivo, equipamento capaz de entender o contexto e autoajustar seus parâmetros de potência e de banda, aproveitando, por exemplo, os espaços em branco em frequências licenciadas.

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