:: Ana Paula Lobo
::
Convergência Digital
:: 31/05/2012
Mais
que encontrar o melhor modelo de negócio para as operadoras virtuais
(MVNOs), as empresas interessadas em atuar nesse segmento enfrentam
obstáculos que retardam todo o processo. Entre os entraves estão o fato
de a Anatel estar levando, em média, seis meses para liberar uma
outorga. A questão custo também pesa. Isso porque não há nenhuma
política para beneficiar novos entrantes na tabela de custos da VU-M,
voltada para a interconexão de rede entre as operadoras.
"Os
benefícios da redução de preço negociada pela Anatel foram para todos -
grandes ou pequenos. Não há nada para quem está chegando e quer acirrar a
competição", avalia Roberto Miranda, presidente da TESA Telecom, que
fechou parceria com a Algar Telecom, e planeja, em 2013, estar operando
comercialmente com soluções MVNO, especialmente, com serviços
machine-to-machine (M2M).
Detentora de outorgas de SCM (Serviço
de Comunicação Multimídia) e STFC (Serviço Telefônico Fixo Comutado),
com foco no segmento corporativo, a Tesa Telecom, definido os parceiros,
vai entrar com pedido de licença na Anatel para atuar como MVNO
(operadora virtual).
"Queríamos fechar as parcerias e ter a
plataforma tecnológica funcionando para mostrar aos clientes. O nosso
alvo é o mercado empresarial, que quer ver a aplicação rodando", explica
Miranda, em entrevista ao Convergência Digital.
Para ser uma
MVNO, a Tesa Telecom terá a Algar Telecom como MNO (Mobile Network
Operator) e Transtelco, como MVNE (Mobile Virtual Network Enabler), que
também conta com a plataforma de billing da Capernow, e soluções da
camada de Telecom da Bichara e Orange Tecnologia. O custo da VU-M
incentivou ainda mais a aposta em M2M.
"Além de toda expectativa
em torno da mobilidade e das opções que a comunicação máquina a máquina
nos oferece em áreas como Logística, Saúde e outras, entrar como MVNO em
dados é também uma saída para enfrentar a questão da voz. O custo da
interconexão é alto e restringe muito a competição com as operadoras já
instaladas. É claro que vamos para o serviço de voz, mas numa outra
etapa", explica Miranda.
Neste período de espera pela licença da
Anatel - que está levando, em média, seis meses para conceder uma
autorização - prazo considerado longo, a Tesa vai concentrar seus
esforços no desenvolvimento de aplicações. "Queremos produtos novos. Que
ainda não estão no mercado. Só assim uma MNVO pode dar certo aqui e há
um grande espaço de atuação", diz.
O piloto, apresentado durante
a MVNO Summit, realizada em São Paulo, utilizou 100 sim cards e envolve
rastreamento de veículos. "Nossa ideia é ter serviços no modelo de
cobrança por serviço como acontece, hoje, com software e adaptados ao
cloud computing. O tempo, agora, é para definirmos o modelo de negócio. A
tecnologia está pronta", diz.
Sem querer falar em valores
investidos, Miranda conta apenas que todos os parceiros do piloto
dividiram o risco financeiro. Na modelagem de atuação, a Tesa Telecom
vislumbra como alvos os 60 prédios - empreendimentos comerciais, hotéis e
centros de convenção - para os quais a Tesa fornece infraestrutura de
rede em São Paulo. Com a rede da Algar, o Rio de Janeiro também entra na
mira, além de Minas Gerais, onde a operadora tem a sua sede.
O
mercado de M2M promete. Tanto que relatório da Berg Insight apura que,
no ano passado, já havia 7,1 milhões de máquinas conectadas, sem ser
celulares, PCs, tablets ou qualquer outro dispositivo tradicional. Os
e-readers e os dispositivos portáteis de navegação são os dispostivos de
consumo de maior número no mercado de M2M. Expectativa de crescimento é
acima de 30% até 2016.
Nenhum comentário:
Postar um comentário